LUTO
Não há uma fórmula matemática, mas, quando se está a passar por um processo de luto, há uma série de etapas por que se deve passar.
Quando morre alguém querido ou quando se termina um relacionamento, é normal sentirmo-nos tristes ou perdidos. Começa, assim, um processo de luto, que resulta de uma perda significativa e importante para alguém.
Por norma, está associado à morte de alguém, mas também pode estar ligado a determinadas circunstâncias ou eventos da vida: o fim de uma relação, a perda de um membro após uma cirurgia ou a morte de um animal doméstico.
Apesar de se tratar de um processo natural, é também “doloroso”, por fazer parte de um processo de recuperação desta perda que ocorreu. “É quase como se fosse uma fase de restabelecimento do equilíbrio.
Cada pessoa terá a sua experiência e o luto “é vivenciado de maneira diferente”, dependendo da perda em causa ou da própria pessoa. “
Mas há algumas emoções comuns neste processo. Por norma, uma pessoa poderá sentir uma profunda dor, angústia, tristeza ou vazio, mas também há pessoas que poderão manifestar o luto através da raiva, culpa, desespero, desorganização completa ou até mesmo entorpecimento, a chamada anestesia, em que as pessoas não expressam qualquer dor ou emoção.
AS FASES NO PROCESSO DE LUTO
O luto deverá ser um processo com um fim ou então é apenas um sofrimento que se prolonga. Por isso, a investigação costuma apontar para três fases necessárias na superação do luto:
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1ª Fase - é o choque ou a negação, em que existe uma necessidade de evitar a realidade. Não queremos aceitar que a morte do ente querido aconteceu mesmo.
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2ª Fase - da desorganização ou do desespero. É neste estádio que se toma consciência do que sucedeu, manifestando-se, através da dor emocional, preocupações, recordações, e até mesmo, observa-se um défice da memória a curto prazo ou o desenvolvimento de sintomatologia somática como, por exemplo, cefaleias e perturbações gastrointestinais.
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3ª Fase - da reorganização ou recuperação, em que ocorre um processo de reajustamento à nova realidade, e, até mesmo, a uma realidade identitária distinta. É a identidade do próprio sem a pessoa que era próxima que é reorganizada.
Ainda assim, estas fases não são estanques, pode haver avanços e recuos. O processo é complexo, ativo, multidimensional, envolve muitos fatores e pode, às vezes, ser uma autêntica montanha russa, num momento, as pessoas podem sentir-se estáveis, mas noutro estarem completamente em queda livre, como se a pessoa tivesse morrido no dia anterior.
A DURAÇÃO DO PROCESSO DE LUTO
Regra geral, o luto poderá durar de alguns meses a alguns anos, ainda que seja tudo variável. É claro que a primeira fase, o choque ou a negação, tem lugar numa fase mais aguda. Contudo, sendo um processo muito pessoal, não conseguimos dizer exatamente quando é que será expectável que uma pessoa já tenha concretizado o seu luto. O luto termina quando se é capaz de pensar na pessoa que morreu sem dor, recordando memórias felizes, sendo de novo possível investir emocionalmente na vida.
Ainda assim, pode diferenciar-se um processo de luto normal de um processo mais patológico. O luto patológico ocorre quando a disrupção da vida diária, da qualidade de vida e do bem-estar da pessoa estão de tal forma comprometidos, que o próprio funcionamento mental é impactado. Aqui, o apoio de um profissional é determinante para dar o devido suporte e fazer uma intervenção, no sentido de elaborar ou digerir melhor este processo.
A IMPORTÂNCIA DA HIPNOTERPIA NO PROCESSO DE LUTO
Um hipnoterapeuta pode fazer toda a diferença num processo de luto. Poderá ajudar neste processo de elaboração mental da perda, na gestão das emoções, na diversificação de padrões de pensamento, identificando padrões menos ajustados ou negativos que não contribuem ou que dificultam esta gestão, bem como ajudar na promoção de um estilo de vida equilibrado e de expressões emocionais mais ajustadas. No fundo, poderá contribuir para a promoção da resiliência do enlutado, para o seu bem-estar e qualidade de vida, prevenindo o agravamento da sintomatologia e o possível desenvolvimento de outras patologias mentais.